Nasa "perdoa" asteróide Baptistina por extinção dos dinossauros

A queda do asteróide Baptistina na Terra, há 65 milhões de anos, pode não ter sido a causa do desaparecimento dos dinossauros, segundo estudo baseado em observações recentes captadas pela sonda WISE e divulgado nessa segunda-feira pela Nasa (agência espacial americana).
Os cientistas têm certeza de que um grande asteróide atingiu o planeta e provocou a morte dos répteis gigantes, mas desconhecem sua origem exata. Em 2007, um estudo realizado com telescópios terrestres, feito pelo Instituo de Pesquisa de Southwest, no Colorado, apontou como suspeito pela extinção dos dinossauros um corpo celeste do tipo Baptistina, situado no cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter.
Segundo essa teoria, o corpo celeste se chocou contra outro asteróide do cinturão há 160 milhões de anos, que se despedaçou em fragmentos gigantescos. Um deles acabou atingindo a Terra, no que hoje é península de Yucatã, no México, e causou a morte dos répteis.
No entanto, observações realizadas com instrumentos infravermelhos da sonda WISE afastaram essa possibilidade, deixando sem resposta um dos grandes mistérios do universo.
Durante mais de um ano uma equipe da Nasa estudou 120 mil asteróides, entre eles 1.056 da família Baptistina, e constatou que a quebra do asteróide cujo pedaço atingiu a Terra aconteceu há 80 milhões de anos, metade do tempo sugerido anteriormente.
A pesquisa mostrou que se esse asteróide fosse o culpado da extinção, ele teria que ter se chocado contra a Terra em menos tempo do que se acreditava anteriormente. Segundo a principal cientista do projeto, Amy Mainzer, não houve tempo para que o corpo celeste provocasse o fim do período Cretáceo.[Fonte: Terra]

Homem moderno causou desaparecimento dos Neandertais


Os Neandertais desapareceram no Leste Europeu depois de uma repentina invasão, iniciada há cerca de 40.000 anos, de humanos modernos provenientes da África. A horda invasora de Homo sapiens aniquilou a dominação Neandertal e iniciou uma guerra brutal por comida e outros recursos fundamentais. A desvantagem numérica entre indivíduos Homo sapiens e Neandertais era enorme: estima-se em uma relação de dez para um, desfavorável a nossos antigos primos.
A razão que levou ao desaparecimento dos Neandertais sempre foi assunto intensamente debatido na comunidade científica. A mais recente explicação para o destino final desses homens pré-históricos foi dada por cientistas da Universidade de Cambridge, da Grã-Bretanha, em um estudo publicado no respeitado periódico americano Science.

Há um consenso entre os pesquisadores de que os humanos modernos, junto com componentes ambientais, foram responsáveis pelo desaparecimento repentino dos Neandertais. A peça que ainda falta, e que os pesquisadores britânicos tentam preencher, é descrever qual foi o papel desses fatores.
Os arqueólogos de Cambridge, Paul Mellers e Jennifer French, analisaram evidências históricas em Périgord, antiga província no sudoeste da França. O lugar é famoso por concentrar grande número de sítios arqueológicos de Neandertais e de humanos modernos.

Ali, os cientistas encontraram indícios de que a população de Homo sapiens na região era dez vezes maior do que a de Neandertais. O detalhe importante é que os nossos primos pré-históricos já viviam nesse lugar havia milênios. Os indícios sugerem que houve uma invasão repentina de seres humanos modernos, hipótese reforçada pelo crescimento fulminante na quantidade e tamanho de sítios arqueológicos exclusivos de Homo sapiens justamente no período em que os Neandertais desapareceram.

Mellers e French acreditam que a desvantagem numérica dos Neandertais foi potencializada pela superioridade tecnológica dos humanos modernos, o que inclui lanças maiores para caça e práticas de cooperação e comunicação mais eficientes. A chegada dos Homo sapiens também coincide com o aparecimento de pinturas mais elaboradas na rochas e cascalhos decorativos. São indicações de que a sociedade do homem moderno era mais complexa do que a dos Neandertais.

A superioridade cultural, acreditam os autores, permitiu que os seres humanos invadissem a região e sobrevivessem em maior número por todo o continente europeu. Ameaçados, os Neandertais tiveram que migrar para regiões marginais e menos atraentes do continente. Depois de dezenas de milhares de anos — e talvez com a ajuda da deterioração do clima — chegaram à extinção, há cerca de 25.000 ou 30.000 anos. [Fonte: VejaOnLine]

Fóssil explica evolução dos mamíferos


O Pampa gaúcho abrigou, há 260 milhões de anos, um parente longínquo dos mamíferos. Batizado de Tiarajudens eccentricus, o animal representa o registro mais antigo de uma estrutura dentária sofisticada: com incisivos, molares e caninos. Graças aos diferentes tipos de dentes, ele podia cortar e mastigar alimentos, um luxo que ampliou drasticamente sua dieta.

O fóssil de São Gabriel, cidade a 325 quilômetros de Porto Alegre, também surpreendeu os cientistas por exibir caninos em forma de dentes de sabre. O Tiarajudens era herbívoro. O artigo que descreve a descoberta na Science levanta três hipóteses para explicar os caninos de 12 centímetros: manipulação dos alimentos antes de os abocanhar, defesa contra predadores ou uso em disputas com indivíduos da mesma espécie (por fêmeas ou território, por exemplo).

Antes do Tiarajudens, a maioria dos animais apresentava dentição semelhante à dos jacarés: dentes pontiagudos especializados em rasgar para engolir. Quase todos se alimentavam de carne ou insetos. O fóssil gaúcho representa uma nova fase.

Capazes de mastigar alimentos, os herbívoros mais evoluídos incluíram plantas fibrosas, mais abundantes, à sua dieta. Foi o primeiro passo rumo à hegemonia numérica. Iniciava o cenário, que persiste até hoje, de um ambiente com predomínio de vertebrados herbívoros e um número menor de carnívoros.

"(O Tiarajudens) é um representante do primeiro ecossistema moderno", sintetiza Juan Carlos Cisneros, salvadorenho da equipe que descobriu o fóssil. Na época, realizava pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Hoje, leciona na Federal do Piauí.

Evolução. Cisneros faz questão de frisar que o Tiarajudens não é um dinossauro. "Os dinossauros são répteis", explica. "Este animal não é um réptil." A designação mais correta é sinapsídeo, ramo paralelo ao dos répteis que também tem origem no tronco comum dos anfíbios primitivos.

Não há uma linha direta entre o Tiarajudens e os mamíferos atuais. O tronco dos sinapsídeos também se bifurcou inúmeras vezes. O ramo do fóssil gaúcho foi um dos primeiros a se separar da linhagem dos mamíferos.

Mesmo assim, por estar muito próximo da raiz na árvore evolutiva dos sinapsídeos, ele é importante para a compreensão da evolução dos mamíferos, afirma Jörg Fröbisch, do Museu de História Natural de Berlim.

"O mais importante do trabalho não é o animal em si, mas o que ele representa na evolução dos sinapsídeos e, portanto, dos mamíferos", confirma Hussam Zaher, diretor do Museu de Zoologia da USP. Ele recorda que o encaixe perfeito dos dentes superiores e inferiores - a chamada oclusão dentária, uma prerrogativa dos mamíferos - já se insinua no fóssil de São Gabriel.

O paleontólogo salvadorenho recorda a primeira visita ao sítio de São Gabriel. "Uma pessoa encontrou um pequeno fóssil na terra, depois outro maior... Por fim, retiramos um bloco de rocha e levamos à universidade para analisar." No laboratório, levaram seis meses para compreender exatamente o que tinham nas mãos.

O artigo da Science descreve apenas o crânio - sem a mandíbula, que não foi conservada no fóssil. Mas Cisneros afirma que outras partes do Tiarajudens foram identificadas. "Também achamos materiais importantes de outros animais", avisa Marina Soares, da UFRGS, coautora do artigo.

Ocupação antiga:
 A descoberta de 56 ferramentas de pedra no Texas (Estados Unidos), também descrita na revista Science, mostra que os homens já ocupavam a América há 15 mil anos. / AP [Fonte: Estadão]


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